Homens raptados, obrigados a trabalhar em propriedades controladas pelas milícias, os Janjaweed. Mulheres e crianças raptadas pelo exército sudanês para serem transformadas em escravas sexuais e domésticas.
É este o cruel retrato da situação na região do Darfur, no Sul do Sudão, feito pelo "Darfur Consortium" - um grupo de 50 instituições de caridade, que reuniu relatos de cerca de 100 testemunhas que afirmam ter sido raptadas.
De acordo com o relatório, "O rapto com vista ao trabalho forçado e à escravatura sexual está a ser usado pelos Jajaweed, pelas Forças Armadas sudanesas e por outras milícias aliadas, em conjunto com a tortura, a morte de civis e a destruição de aldeias, além de outras violações de direitos humanos, como parte de uma política sistemática de limpeza étnica" que tem como objectivo a apropriação de terras ocupadas por grupos étnicos não árabes.
O "Darfur Consortium" apelou ao governo sudanês para que neutralize os Janjaweed e outras milícias e que coopere com as Nações Unidas e com a União Africana para restabelecer a normalidade no país. Um apelo que ainda não mereceu qualquer resposta do Governo sudanês, que até agora sempre se recusou a admitir a existência de escravatura no país.
Segundo organizações internacionais, o conflito étnico no Darfur, desde 2003, já causou a morte de mais de 300 mil pessoas e criou pelo menos 2.7 milhões de refugiados, embora o Governo do país insista que o número total de mortos não ultrapassa os 10 mil.
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