Chamo-me Rita, tenho 20 anos, sou do Alentejo, concretamente de Portalegre, terra por sinal bem acolhedora. Estudo em Coimbra, no curso de Gerontologia Social. Tive o prazer de conhecer durante este ano lectivo a minha colega Ana Tomé, que pertence ao grupo de jovens do Retaxo - Caminhantes da Paz -. Através dela surgiu o convite para participar no Encontro Missão Jovem 2010.
Sempre gostei de ser bastante participativa a nível de dinamismos sociais principalmente naqueles que nos transmitem paz interior e permitem uma partilha de sentimentos saudáveis para construirmos uma vida plena, praticando o bem para com o próximo.
Durante 10 anos fiz parte do Agrupamento 103 de Escuteiros de Portugal, de Portalegre. Actuávamos na comunidade, como “mini-missionários”, porque todas as nossas actividades eram missões, para que se pudesse partilhar amor, amizade, carinho, paz, solidariedade e reciprocidade na comunidade ou para que tais valores se restabelecessem na mesma. Como tal senti-me disposta a participar na missão Jovem 2010.
Apesar de a actividade começar apenas no sábado, o nosso grupo, chegou na sexta-feira. Fomos recebidos como se fossemos da casa, abriram-nos as portas e acolheram-nos muito bem, o que me fez sentir muito à-vontade juntamente com a boa disposição e abertura do grupo.
No dia seguinte começaram as actividades, conhecemos os grupos, montamos as tendas, e muitos dos grupos trabalharam em parceria ajudando-se. Depois tivemos a cerimónia de abertura onde a música era a forma mais fácil de comunicarmos abertamente entre todos o que possibilitou a interacção.
De entre as actividades quero salientar, porque gostei muito, as missões nas paróquias, onde conhecemos um pouco mais da história de missionários das mesmas e dos vários grupos de solidariedade, na comunidade. Houve um enorme cuidado nas refeições, estava tudo bastante organizado e nunca faltou nada.
O testemunho antes do jantar, foi uma prova viva de como apesar de todas as dificuldades “crer é poder”: todos podemos prosseguir os nossos sonhos e vontades, conhecendo as nossas limitações e sabendo-nos adaptar, de forma adequada, á vida através delas. Aceitando quem somos.
Os concertos foram magníficos cheios de alegria, boa-disposição e a vigília nocturna fez nos reflectir sobre o sentido da vida e transmitiu-nos um conforto interior gratificante.
No último dia, domingo, de manhã, pudemos escolher o workshop que queríamos frequentar. A Eucaristia, no final do dia, permitiu a cada grupo de cada workshop transmitir a mensagem recebida. Deste modo pudemos partilhar a mensagem entre todos, o que nos aproximou mais uns dos outros.
Pessoalmente, apreciei muito o workshop que frequentei, “Cuidados paliativos”. A mensagem deste grupo foi simples, mas real: Todos somos como uma folha de uma árvore. Ao cairmos, porque nos encontramos debilitados no final de uma vida, merecemos carinho e conforto, merecemos ser tratados como pessoas, com sentimentos e não como um número de vários indivíduos de uma sociedade, os quais se encontram doentes ou em final de vida.
Antes da partida ainda pudemos desfrutar de uma pequena recordação com um pequeno filme onde “imagens valem mais do que mil palavras”.
Foi um óptimo fim-de-semana. Ao regressar a casa pensei no quanto de bom podemos transmitir ao nosso próximo apenas com um gesto e, no importante que é, vivermos o amor e a fé. Cheguei à conclusão que pertence a cada um de nós a escolha do caminho certo.
Reflecti também como, no dia-a-dia no meu quotidiano, posso ser missionária, transmitindo amor e ajuda, em pequenos actos. De facto, todos, de uma maneira ou de outra, acabamos por ser missionários: basta agir com honestidade e abrir o coração.
Obrigado Missão Jovem, pelos momentos que vivi e por me teres, mais uma vez, reavivado da minha fé. Uma vez mais ela foi posta á prova e senti-me reconfortada. Cresci como pessoa, a nível individual e social, mas sobretudo a nível interior, pois ganhei força para continuar a enfrentar todos os meus obstáculos.
Conheci pessoas que me transmitiram um enorme conforto e carinho. Nunca as irei esquecer porque a sua amabilidade foi pura e permitiu-me viver bons momentos. Estou ansiosa pelo próximo Missão Jovem 2011!
Ana Rita Trindade
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